passou-me um vento antigo
um que há muito eu dava abrigo
que o aperto triste me soprasse
sobrasse um riso em minha face
desfez o nó e muitos ais
mas é de vento não ter morada
mal passa e já ganha a estrada
e a chuva oculta um olhar que jaz
deixam uns amigos de antão
fundas marcas de seu passar
as estradas: eis sua razão
vão-se as marcas, sem se apagar
(como as estrelas lá estão,
a despeito da luz solar)