passou-me um vento antigo
um que há muito eu dava abrigo
que o aperto triste me soprasse
sobrasse um riso em minha face

desfez o nó e muitos ais
mas é de vento não ter morada
mal passa e já ganha a estrada
e a chuva oculta um olhar que jaz

deixam uns amigos de antão
fundas marcas de seu passar
as estradas: eis sua razão
vão-se as marcas, sem se apagar

(como as estrelas lá estão,
a despeito da luz solar)

Rodrigo Vaz © Poesia Alguma 2017 - 2024

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