Quando a dama vestida da noite
Vier disputar a funesta partida
Não vou preparar o meu tabuleiro
Ou entabular vãs tratativas
Não se suspenda o desfecho
Dessa contenda!
Sucumbir seja assaz passageiro
Eu tombarei o meu rei de bom grado
Sem que o leve acuado
A uma borda inimiga

Vassalos do tempo: eis nossa sina
Da fortuna o sermos servis cavaleiros
E por testemunhas nos velam ponteiros
Todos jogamos o breve combate
De preto e branco se asfalta a verdade:
É calçar do devir as sandálias fugazes
É cruzar do intervalo os poucos escaques
Saber que este jogo se encerra no mate

Rodrigo Vaz © Poesia Alguma 2017 - 2024

Desenvolvido por