Nada sei da gente
Já morri mais de uma vez
O dia se vai sem lhe pedir
Eu também já fui desde sempre
Perco a hora
Perco o ponto de fuga
Perco o caminho nos pés confusos
Perco o futuro no bolso esquecido
Perco o poema nos versos mudos
O tempo adverso as páginas
Que me restam folheia
Meu livro cerrado
Já o vejo na estante
Da memória alheia
A ele dedicado meus melhores versos
Algures ombreiam a poeira
E finda este instante desatento ao tempo
Criança que deixa o prato pelo passatempo
E tudo que se sabe é fragmento
Segue o mundo silente de seu intento